quarta-feira, 22 de maio de 2013

Baú de memórias...





Dizem que os cachorros se parecem com os donos. Como minha família nunca foi das mais normais os bichos lá em casa sempre foram meio maluquinhos. O primeiro animal de estimação que me lembro de ter tido foi um cachorro, um Cocker spaniel preto. Eu devia ter uns 5 anos mais ou menos e desde aquela época já gostava dos caninos. Mas ele não era um cachorro normal, o Scooby era o cachorro mais medroso que já vi na vida (daí o nome). A campainha lá de casa não podia tocar que ele corria para debaixo da cama e ficava chorando por horas (não estou exagerando: HORAS)! Oi? Cachorro com medo de campainha? Pois é! Já vi cachorros encrencarem com vassoura (Oi Pingo!), com aspirador de pó, mas com campainha esse foi o único. Ainda se fosse latir para a porta, ok. Mas se esconder?

E as doideiras do Scooby não paravam por aí. Ele tinha uma estranha mania de pegar todos os pares de sapato da casa e colocar em volta da cama da minha mãe. Todo dia quando ela levantava tinha não um nem dois pares, mas dezenas deles! Imagina procurar o sapato de manhã pra poder ir trabalhar?

Durante um período ele teve uma estranha mania de ficar lambendo a tomada da casa (naquela época não havia os protetores de hoje em dia), e por mais que brigassem, colocassem obstáculos, ele acabava arrumando uma maneira de ir lá lamber a tal da tomada. Teve um dia que aconteceu o que era de se esperar: ele tomou um choque! E aí imagina a cena: minha mãe com o cachorro enrolado em uma toalha babando pela rua correndo para o veterinário! Ela me conta que as pessoas na rua iam abrindo espaço pra ela achando que o cachorro estava com raiva! Sorte que não foi nada muito grave, ele se recuperou bem. Lembro que ele ficou tomando sorvete por uma semana depois disso. E eu criança, morrendo de inveja do cachorro que podia tomar picolé o dia todo. Pelo menos, ele não foi mais atrás da tomada depois disso.

Lembro também de uma vez viagem que fizemos com o Scooby para um Hotel fazenda em Teresópolis e o meu “cão esperto” resolveu atravessar a piscina pra cortar o caminho: ele nem imaginava que havia água dentro dela e não um chão onde ele pudesse pisar. E o pior que estava o maior frio, coitado! Mas ele conseguiu sair nadando cachorrinho até a margem (ficamos chamando ele) para alívio do meu pai que não precisou pular na piscina para resgatá-lo.

Hoje estou saudosa desse cachorro doido, o cachorro mais medroso que já vi, mas que também era muito carinhoso com a gente e tinha lindas orelhas e olhos pidões. 

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