Dizem que os cachorros se parecem
com os donos. Como minha família nunca foi das mais normais os bichos lá em casa
sempre foram meio maluquinhos. O primeiro animal de estimação que me lembro de
ter tido foi um cachorro, um Cocker spaniel preto. Eu devia ter uns 5 anos mais
ou menos e desde aquela época já gostava dos caninos. Mas ele não era um
cachorro normal, o Scooby era o cachorro mais medroso que já vi na vida (daí o
nome). A campainha lá de casa não podia tocar que ele corria para debaixo da
cama e ficava chorando por horas (não estou exagerando: HORAS)! Oi? Cachorro
com medo de campainha? Pois é! Já vi cachorros encrencarem com vassoura (Oi
Pingo!), com aspirador de pó, mas com campainha esse foi o único. Ainda se
fosse latir para a porta, ok. Mas se esconder?
E as doideiras do Scooby não paravam por aí. Ele tinha uma estranha mania de pegar todos os pares de sapato da casa e colocar em volta da cama da minha mãe. Todo dia quando ela levantava tinha não um nem dois pares, mas dezenas deles! Imagina procurar o sapato de manhã pra poder ir trabalhar?
Durante um período ele teve uma estranha mania de ficar lambendo a tomada da casa (naquela época não havia os protetores de hoje em dia), e por mais que brigassem, colocassem obstáculos, ele acabava arrumando uma maneira de ir lá lamber a tal da tomada. Teve um dia que aconteceu o que era de se esperar: ele tomou um choque! E aí imagina a cena: minha mãe com o cachorro enrolado em uma toalha babando pela rua correndo para o veterinário! Ela me conta que as pessoas na rua iam abrindo espaço pra ela achando que o cachorro estava com raiva! Sorte que não foi nada muito grave, ele se recuperou bem. Lembro que ele ficou tomando sorvete por uma semana depois disso. E eu criança, morrendo de inveja do cachorro que podia tomar picolé o dia todo. Pelo menos, ele não foi mais atrás da tomada depois disso.
Lembro também de uma vez viagem que fizemos com o Scooby para um Hotel fazenda em Teresópolis e o meu “cão esperto” resolveu atravessar a piscina pra cortar o caminho: ele nem imaginava que havia água dentro dela e não um chão onde ele pudesse pisar. E o pior que estava o maior frio, coitado! Mas ele conseguiu sair nadando cachorrinho até a margem (ficamos chamando ele) para alívio do meu pai que não precisou pular na piscina para resgatá-lo.
Hoje estou saudosa desse cachorro doido, o cachorro mais medroso que já vi, mas que também era muito carinhoso com a gente e tinha lindas orelhas e olhos pidões.
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